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Aqui, a história de pessoas que não se importam de serem chamadas de peruas ou até de malucas, e que vivem das cores e para as cores
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Gosto não se discute! Imagine se todos gostassem só do preto, ou só do branco... Tem gente que até usa só o branco e o preto, ou por opção ou por ideologia religiosa ou de costume, mas a maioria gosta mesmo do colorido, e uns, em especial, preferem as muitas cores, as mais vibrantes, as mais fortes, em muitas tonalidades, de preferência quase todas ao mesmo tempo. Para essas pessoas estar sempre muito colorido representa um modo de vida, uma forma de buscar ser feliz.
Fomos conhecer três pessoas que vivem das cores e para as cores, moradoras de Itatiaia, com culturas, personalidades, classes sociais e estilos diferentes, e que não se importam de serem chamadas de peruas ou até mesmo de malucas. Acham até que muitas pessoas gostariam de ser como elas: livres, corajosas, e que realizam seus desejos, suas vontades, sem se importarem com as opiniões dos outros. Exageradas? Talvez. Muito provavelmente alguns as vejam assim. Outros, entretanto, se identificarão com elas.
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Gosto não se discute! Imagine se todos gostassem só do preto, ou só do branco... Tem gente que até usa só o branco e o preto, ou por opção ou por ideologia religiosa ou de costume, mas a maioria gosta mesmo do colorido, e uns, em especial, preferem as muitas cores, as mais vibrantes, as mais fortes, em muitas tonalidades, de preferência quase todas ao mesmo tempo. Para essas pessoas estar sempre muito colorido representa um modo de vida, uma forma de buscar ser feliz.
Fomos conhecer três pessoas que vivem das cores e para as cores, moradoras de Itatiaia, com culturas, personalidades, classes sociais e estilos diferentes, e que não se importam de serem chamadas de peruas ou até mesmo de malucas. Acham até que muitas pessoas gostariam de ser como elas: livres, corajosas, e que realizam seus desejos, suas vontades, sem se importarem com as opiniões dos outros. Exageradas? Talvez. Muito provavelmente alguns as vejam assim. Outros, entretanto, se identificarão com elas.
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A XUXA – Ao se falar de Xuxa em Itatiaia, é mais provável que as pessoas se lembrem mais de Leonir Nadorne (embora poucos saibam que ela tem esse nome) do que da famosa apresentadora da tevê. Xuxa, a Leonir, é figura querida e muito popular em Itatiaia. É inconfundível. Ninguém é igual a ela. O apelido atual veio de um outro, mais antigo, do tempo de criança: Suza. De Suza ficou Xuxa, e ela aceitou. Aceitou tanto que para ela todos são paquitos ou paquitas. Está sempre rindo, brincando com as pessoas, até quando a provocam, quando a chamam de maluca. Ela pouco se aborrece, prefere sair cantando, baixinho.É fácil saber quem é ela. Não precisa nem perguntar. Basta procurar e quando a vir não terá dúvidas. Sua característica mais notada (e é impossível não notar), é sua forma de vestir. Usa maquiagem pesada desde manhã, roupas hiper coloridas, chapéus, pulseiras aos montes, botas, colares e tudo o que sua imaginação inventar. Com um detalhe: tudo é feito por ela. Dos vestidos brancos que compra, e muita, muita tinta, de todas as cores, nascem as roupas coloridíssimas, que ela combina com os vários acessórios, e com os quais passeia todos os dias por Itatiaia ou Resende.
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PERUA ASSUMIDA – Maria José Albuquerque Taixeirão, a Zezé, tem 48 anos, é casada há 23 e tem dois filhos, Guilherme e Jade, de 19 e 15 anos. É uma perua assumida: “adoooro”. Mora numa casa muito bonita e espaçosa, mas engana-se quem acha que casa de perua também é sempre com muitas cores berrantes. Zezé tem usado tom sobre tom em sua casa de uma forma harmônica e de muito bom gosto. “Só eu sou perua, é uma coisa minha”.
Filha única da estilista Zilma, desde cedo Zezé já está maquiada, com batom vermelho, forte. Cuida de tudo na casa, e quando necessário, lava as roupas e prepara a comida – “cozinho muito bem”. Usa maquiagem em casa, na academia de ginástica, na caminhada e até na praia. Também usa sempre jóias ou bijuterias. Não sabe mais qual é exatamente a cor de seus cabelos, porque sempre os coloriu de tons diferentes. Acha que o original deve ser parecido com o da filha, “loiro palha”. Nunca ligou para os conselhos de que um dia poderia ficar careca – “não me preocupo, meu cabelo cresce muito rápido”.
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Ela já foi modelo e participou de vários desfiles, inclusive para a confecção da mãe, de roupas de tricô. Diz que a cor a atrai, “porque é vida”, e que gosta das cores vibrantes, nada de tons pastéis – “acho que sou uma colorida sem ser chocante ou ridícula”.
O marido, Jorge, e os filhos aprovam seu gosto e estilo, e nunca a criticaram, garante. Zezé diz que nasceu assim e não usa roupas com cores fortes para chamar atenção. “Sou muito autêntica, e não me preocupo em viver como os outros querem, mas como eu me sinto bem”. Não procura etiqueta, mas sim “roupas alegres, combinando, com contraste”. Garante que não faz mais o que fazia antes, de usar um sapato ou uma bolsa diferente para cada roupa – “agora sou mais econômica, porque penso também nos meus filhos”.
O marido, Jorge, e os filhos aprovam seu gosto e estilo, e nunca a criticaram, garante. Zezé diz que nasceu assim e não usa roupas com cores fortes para chamar atenção. “Sou muito autêntica, e não me preocupo em viver como os outros querem, mas como eu me sinto bem”. Não procura etiqueta, mas sim “roupas alegres, combinando, com contraste”. Garante que não faz mais o que fazia antes, de usar um sapato ou uma bolsa diferente para cada roupa – “agora sou mais econômica, porque penso também nos meus filhos”.
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GOSTO PELO EXTRAVAGANTE – Luciette Dumay de Almeida tem 45 anos, é professora de educação física, empresária e prima do ex-prefeito da cidade. Tem butiques e loja de materiais esportivos, e é professora municipal. Garante que “adora ser chamada de perua, de extravagante”, e acredita ter herdado seu estilo de vestir da mãe, Cida, outra perua assumida, que só usa roupas de cores vibrantes – “a gente convive com uma pessoa que gosta de cores e badulaques e acaba se acostumando”, diz.
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Luciette tem dois filhos, Rodrigo e Tiago, de 22 e 19 anos – “são dois gatos”. Diz que só mudaria seu jeito de ser se os filhos a reprovassem, mas acha que eles “embora digam que sou maluca, no fundo gostam, porque sabem que a mãe deles não é igual a ninguém”.
Conta que gosta de roupas e muitas bijuterias “alegres, descontraídas”, mas que se fiscaliza sempre para não ser cafona – “quando vou a São Paulo muitos me dizem que não pareço morar numa cidade pequena do interior”. É perua de manhã à noite – “nasci assim, não vou mudar, acho que vou até piorar”. Para dormir gosta de roupas nas cores laranja, vermelho e azulão e de “oncinha” – “tenho muitas de oncinha, toda perua deve ter”. Só não usa muita maquiagem, “porque envelhece, principalmente na área dos olhos”. Prefere o vermelho e por isso tem muita roupa nessa cor, e também uma série de perucas, de todas as cores e modelos, algumas só para fantasias de Carnaval. Seu cabelo já teve até três cores diferentes ao mesmo tempo, ou um laranja vivo. Não os pinta mais de loiro – “hoje até morenas estão virando loiras, cansou”.
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