Uma pequena capela em ruínas, com mais de 150 anos de idade e localizada no centro de Itatiaia, está chamando a atenção da Defensoria Pública do Estado do Rio. Por estar ao lado do Fórum da cidade, o prédio poderia ser reformado para servir como local de trabalho dos defensores. A possível recuperação de um dos mais antigos prédios da cidade, tombado pela Câmara Municipal, anima muitas pessoas, principalmente aquelas que gostariam de manter viva a história arquitetônica do município. A decisão da Defensoria, entretanto, dependerá de saber se o Fórum continuará próximo de onde está, já que o atual edifício é emprestado e se planeja a construção de um edifício próprio.
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A historiadora Alda Bernardes de Faria e Silva, presidente da Academia Itatiaiense de História (Acidhis), diz que a antiga capela do Senhor dos Passos é um monumento arquitetônico do município que merece ser recuperado, pelo menos externamente, pois, segundo ela, todo o interior já se perdeu. Construída com paredes muito grossas, o prédio ainda consegue se manter em pé, apesar do total abandono de vários anos. Na parte de cima, próximo ao telhado, é possível observar algumas pequenas árvores, que encontraram abrigo para enraizar e crescer, aproveitando as rachaduras nas paredes e a umidade acumulada. Até há algum tempo o prédio era usado como depósito pela prefeitura. No interior pouco ou nada pode ser recuperado. Um segundo andar, o altar e o piso, todos de madeira, ou apodreceram ou foram arrancados e vendidos, como conta Alda Bernardes – “a capela foi construída pela minha família, e entregue à Igreja Católica bem antes da construção da Matriz de São José, mas uma vez veio um padre, de nome Guerra, e vendeu quase tudo, dos pisos de tábuas largas até os lustres de cristal”. Alda diz ainda que a imagem do santo que deu nome à capela, o Senhor dos Passos, que tem quase o tamanho natural, roupas e cabelos humanos, foi retirado da capela e está hoje na Igreja Matriz.
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CENTRO CULTURAL - A jornalista Célia Borges, também integrante da Acidhis, conta que numa das reuniões ficou decidido que seria feito um projeto para recuperação da Capela do Senhor dos Passos, com o intuito de vê-la transformada em centro cultural, com museu, biblioteca e espaços para exposições e até coral. O museu seria montado com parte das inúmeras peças históricas guardadas por Alda Bernardes. Os membros da academia se revezariam na manutenção e cuidados com o prédio e com a programação do centro cultural.
O projeto foi feito, e depois de pronto foi primeiro encaminhado à prefeitura para autorização das obras, antes de se buscar patrocínio para a reforma – “é uma capela pequena, não é nenhum grande palácio, e acho que a reforma não seria assim tão caro, e achamos que alguma indústria iria se interessar pelo investimento”, calcula Célia. A jornalista conta também que a prefeitura, na época sob administração do ex-prefeito Almir Dumay Lima (PMDB), não se interessou pelo projeto, e pessoas do governo disseram que já havia um plano para reforma e aproveitamento da capela. Alda diz que muita gente na prefeitura “enrolou e inventou moda” durante muito tempo e acabou não fazendo nada até hoje.O interesse agora da Defensoria Pública do Estado do Rio é aproveitar o prédio para o trabalho de seus advogados. O problema, como conta o juiz Marvim Ramos Rodrigues Moreira, é que o Fórum de Itatiaia está num edifício emprestado pela Prefeitura, e o Tribunal de Justiça pretende construir um imóvel próprio. O juiz diz que hoje existiria a área usada para estacionamento do atual Fórum, e que foi doada para o novo prédio, mas os técnicos do Tribunal a reprovaram, porque depois de erguido o novo edifício, não sobraria um local para estacionar os veículos, a não ser que parte ou todas as árvores existentes no fundo do terreno fossem cortadas. Uma outra opção em estudo seria um terreno de seis mil metros quadrados, localizado entre a Delegacia Legal e o hospital municipal, no bairro Jardim Itatiaia. Se essa segunda opção for a decisão do Tribunal, a Defensoria perderia interesse no prédio da capela, pois não pretende que seus advogados trabalhem tão longe do Fórum. Nesse caso a capela perderia mais uma chance de ser restaurada.
O projeto foi feito, e depois de pronto foi primeiro encaminhado à prefeitura para autorização das obras, antes de se buscar patrocínio para a reforma – “é uma capela pequena, não é nenhum grande palácio, e acho que a reforma não seria assim tão caro, e achamos que alguma indústria iria se interessar pelo investimento”, calcula Célia. A jornalista conta também que a prefeitura, na época sob administração do ex-prefeito Almir Dumay Lima (PMDB), não se interessou pelo projeto, e pessoas do governo disseram que já havia um plano para reforma e aproveitamento da capela. Alda diz que muita gente na prefeitura “enrolou e inventou moda” durante muito tempo e acabou não fazendo nada até hoje.O interesse agora da Defensoria Pública do Estado do Rio é aproveitar o prédio para o trabalho de seus advogados. O problema, como conta o juiz Marvim Ramos Rodrigues Moreira, é que o Fórum de Itatiaia está num edifício emprestado pela Prefeitura, e o Tribunal de Justiça pretende construir um imóvel próprio. O juiz diz que hoje existiria a área usada para estacionamento do atual Fórum, e que foi doada para o novo prédio, mas os técnicos do Tribunal a reprovaram, porque depois de erguido o novo edifício, não sobraria um local para estacionar os veículos, a não ser que parte ou todas as árvores existentes no fundo do terreno fossem cortadas. Uma outra opção em estudo seria um terreno de seis mil metros quadrados, localizado entre a Delegacia Legal e o hospital municipal, no bairro Jardim Itatiaia. Se essa segunda opção for a decisão do Tribunal, a Defensoria perderia interesse no prédio da capela, pois não pretende que seus advogados trabalhem tão longe do Fórum. Nesse caso a capela perderia mais uma chance de ser restaurada.
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