COMERCIANTES RECLAMAM DA QUALIDADE DO ASFALTO COLOCADO NO CENTRO DE ITATIAIA

Comerciantes da Prefeito Assumpção, uma das ruas mais importantes do centro de Itatiaia, e onde estão praticamente todos os bancos e grande parte das lojas, criticam a prefeitura pelo recapeamento asfáltico colocado recentemente. Moradores da mesma rua e de outras próximas também não gostaram totalmente da obra. Eles dizem que o problema maior não foi resolvido, e a rede de drenagem de águas pluviais continua ineficiente, e reclamam dos buracos deixados pelo asfalto em torno dos bueiros, de até doze centímetros de profundidade.

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Ciclistas correm risco de acidentes por causa de buracos como este em torno do bueiro, de doze centímetros de profundidade

O proprietário de uma farmácia, Paulo Sérgio Almeida, diz que o asfalto “ficou feio, mal acabado”, e acha que isso aconteceu porque a prefeitura autorizou o recapeamento mesmo com chuva. Segundo ele, o maior problema da rua são os bueiros entupidos e que não dão vazão à água da chuva mais forte, e que isso causa aborrecimentos, pois a água empoçada é jogada para dentro das lojas quando um veículo pesado passa na rua. Paulo acredita que a rede pluvial do centro “é muito antiga, e por isso está pouco dimensionada para as necessidades”. Ele observou que depois da enchente ocorrida na metade de janeiro, “os bueiros não conseguiram dar vazão nem à água daquele caminhãozinho que a prefeitura mandou para lavar a rua”.
Outro comerciante, Nicodemos Moreira, achou o recapeamento um “asfalto mentiroso”, pois, segundo ele, em alguns pontos “não passou de dois centímetros”. Além disso, ele acha que a empreiteira deveria ter raspado o asfalto anterior para depois colocar a nova camada, “como faz a Nova Dutra”, e não apenas jogar mais por cima da já existente, o que deixou a rua mais alta, e que, para ele, poderá fazer com que a próxima vez que ela inunde a água chegue mais fácil às lojas. Nicodemos também acha que a prefeitura deveria ter se preocupado primeiro em desentupir os bueiros e melhorar a rede pluvial, além de limpar e desassorear o rio Santo Antonio, que passa perto.

Sabina Coutinho de Souza diz que tudo foi uma “obra de aparência”, e também reclamou dos bueiros entupidos, explicando que os carros quando passam fazem ondas jogando a água para dentro de seu supermercado. Mostrou a tampa do bueiro em frente, que ficou a pelo menos doze centímetros de profundidade com relação ao asfalto, o que pode provocar um acidente com um dos muitos ciclistas que passam pelo local diariamente. Sabina também contou que o asfalto afundou com o peso de uma das caminhonetes do supermercado, depois desta ter sido carregada com as caixas de compras – “o asfalto é tão bom que nem agüentou o peso da caminhonete carregada, e tivemos que chamar várias pessoas para tirar o veículo de lá”, conta ela, que observou que apesar disso ter acontecido há vários dias, o problema ainda não foi consertado.

O buraco na rua, segundo comerciante, foi feito pela caminhonete (foto), porque não aguentou o peso do veículo carregado de compras

Os comerciantes Luciano de Mendonça, Oswaldo Ferreira e Ivan Nobre têm uma opinião diferente quanto ao asfalto, e acham que ele ficou “muito bom e bonito”. Oswaldo acha até que se ele tivesse ficado pronto antes do Natal as vendas de final de ano teriam sido melhores. Luciano acredita apenas que o problema dos bueiros não foi resolvido, e que uma limpeza periódica seria necessária para evitar o alagamento da rua sempre quando chove – “essa limpeza é só paliativa, pois só é feita quando temos problemas, e deveria ser preventiva, sendo realizada de tempo em tempo, regularmente”, pensa ele. Ivan acha que a rua estava com muitos buracos, e que o novo asfalto resolveu isso, mas que o problema da rede de drenagem pluvial continua – “sou da opinião do meu pai, que diz que para resolver definitivamente esse problema, todo o manilhamento deveria ser trocado até o Paraíba”.

Numa outra rua próxima, que também foi recapeada, a São José, o morador Gonçalo Rodrigues Oliveira acha que a obra foi “uma tapeação perfeita”, pois pensa que o novo asfalto não vai durar muito – “tinham é que ter raspado tudo antes, retirado o excesso e só depois posto mais asfalto”, diz ele. Gonçalo também reclamou que o asfalto novo entupiu um cano de saída de água pluvial de sua casa, e que por isso foi obrigado a quebrar um pedaço do meio fio e do asfalto para poder desentupir o cano.

O recapeamento na Prefeito Assumpção e ruas próximas foi feito entre intervalos da chuva, e pouco depois da enchente