Fotos do foliões do Ecofolia 2009

Veja aqui as fotos do Ecofolia 2009, o Carnaval de Itatiaia.

24 de março de 2008

NOVA INUNDAÇÃO DEIXA MAIS DE 300 PESSOAS DESALOJADAS EM ITATIAIA

Uma nova tromba d´água na noite de ontem (domingo, 23 de março) em Itatiaia provocou o transbordamento do Rio Santo Antônio e a inundação invadiu dezenas de casas e lojas em vários bairros. O problema aconteceu pouco mais de dois meses depois de uma outra inundação semelhante, que deixou diversas famílias desalojadas e muito prejuízo no dia 15 de janeiro. Até o final da tarde de hoje, dez casas tinham sido interditadas pela defesa civil por risco de desabamento, 277 pessoas estavam desalojadas em casa de parentes e amigos, e 37 foram acomodadas em associações de moradores, aguardando providências como colchonetes e alimentação. A forte correnteza destruiu muros de arrimo e arrastou um carro rio abaixo. Comerciantes e moradores estão desolados, e alguns falam em desistir e se mudar do município, e culpam a prefeitura por não ter tomado providências depois da última inundação, como limpar e desassorear o Rio Santo Antônio. Ainda na noite de domingo um lojista chorou ao ver a quantidade de água que invadiu sua loja.
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A Rua Prefeito Assumpção por volta da meia noite de domingo

Pessoas tentam voltar para suas casas pela rua alagada
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Cinco bairros foram atingidos pela inundação: Centro, Vila Esperança, Vila Martins, Vila Maia e parte da Vila Odete, todos localizados às margens ou próximos do Rio Santo Antonio. Na Prefeito Assumpção, a principal rua do município, a água atingiu mais de um metro de altura, e trouxe muito lixo e galhos secos de árvores, e em alguns trechos da Vila Maia e Vila Martins a água chegou a cerca de um metro e meio de altura. A correnteza foi tão violenta que destruiu muros de concreto e pedras, arrancou árvores e carregou um Monza por mais de 200 metros, até que ficasse preso em galhos numa curva do rio. O veículo estava estacionado dentro de uma oficina mecânica próximo ao muro que faz divisa com o rio, na entrada da cidade, na Avenida dos Expedicionários, e o carro foi levado depois que a correnteza arrancou a barreira de proteção de concreto, o muro e parte do terreno. Um segundo veículo, no mesmo local, conseguiu ser puxado a tempo pelos proprietários da oficina.

O muro e parte do terreno de uma oficina mecânica foram arrastados pela correnteza, como também um veículo

O Monza arrastado pela correnteza só parou cerca de 200 metros depois, rio abaixo
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Comerciantes e moradores passaram o dia de hoje lavando lojas e casas, e tentando reaver o que se salvou das águas. Sávio Nilton de Souza contou que assim que começou a chover foi para seu supermercado com alguns funcionários, para tentar salvar mercadorias caso a rua alagasse, o que é uma coisa comum segundo ele, mas a enxurrada e a inundação chegaram muito rápidas, em poucos minutos, e não deu tempo de levantar todos os produtos que estavam na parte de baixo das prateleiras. O prejuízo, segundo ele, foi grande como o anterior, de cerca de R$ 50 mil. O comerciante reclamou do descaso da prefeitura para minorar o problema, e citou a falta de limpeza do rio e das galerias pluviais. Nicodemos Moreira também foi para sua loja de móveis usados antes da inundação, e por isso conseguiu salvar várias coisas, entre elas um piano já vendido por R$ 2,7 mil – “tudo acontece muito rápido, e não dá para fazer muita coisa, e agora fica esse cheiro horrível por um bom tempo”, disse, confessando que ficou cansado e bastante desanimado desta vez, e que está pensando em mudar de local, de “preferência para fora de Itatiaia, que não está oferecendo infra-estrutura e apoio para os comerciantes”. Em outro supermercado, em meio à retirada de grande quantidade de lama pelos funcionários, a empresária Simone Andrade de Almeida falou que se a prefeitura tivesse feito a limpeza do rio o prejuízo teria sido menor, e reclamou do recente recapeamento asfáltico, que, segundo ela, criou uma enorme poça d´água em frente ao seu supermercado, que enche com qualquer chuva – “como a gente vai limpar agora essa lama toda aqui da frente?”, questionou. Para piorar os problemas a água encanada foi cortada durante toda a manhã e parte da tarde. Muitos moradores perderam os móveis novos que compraram depois da inundação de janeiro, alguns entregues no sábado, um dia antes da enchente. Os bancos não abriram, e técnicos trabalhavam tentando fazer os caixas eletrônicos voltarem a funcionar. No Itaú o alarme, molhado, disparou, fazendo com que pouco tempo depois policiais chegassem fortemente armados, esperando encontrar um assalto.
Na noite de domingo o vereador Jarbas Junior Lemos dos Santos (PMDB), com um pedaço de pau nas mãos, tentava impedir que carros e ônibus passassem em meio à inundação em frente à casa de sua mãe na Avenida dos Expedicionários. Segundo ele o tráfego dos veículos estava provocando grandes olas que jogavam água na casa. O pedido não foi respeitado, e pessoas num ônibus chegaram a se revoltar com a preocupação do vereador. A Expedicionários era o único ponto possível de passagem no centro da cidade, e onde a água subiu menos. O engenheiro Rogério Cunha contou que os veículos, realmente, para não afogarem os motores, passam muito rápido e movimentam as águas, e as olas já provocaram desmoronamento de muros e arrombamentos de portas de ferro de lojas.

O Centro hoje de manhã: lojas fechadas e lama por todos os lados

Os supermercados perderam parte dos produtos que estava na parte de baixo das prateleiras

5 comentários:

Anônimo disse...

O descaso é muito grande por parte da prefeitura. O lixo da última enchente do dia 15 de janeiro não tinha sido recolhido até o momento, os moradores da margem do rio são os mais prejudicados. Até quando o poder público vai se omitir? Se o rio fosse canalizado seria minimizado o problema, mas infelizmente não vemos boa vontade de se criar um projeto para esse benefício. Fico muito triste, pois gosto de morar em Itatiaia, mas desse jeito não dá, e a solução é me mudar para uma cidade mais próxima, onde eu possa ficar protegido da enchente.

Anônimo disse...

A minha casa também foi invadida pela água e resolvir mudar de Itatiaia, pois é a segunda vez que perdi os móveis e a casa está com risco de desabar.

Anônimo disse...

No Rio de Janeiro uma epidemia de dengue se alastra, vitimando, sem discriminação, toda a população, mas o governo está se empenhando na tentativa de diminuir os efeitos e causas da doença, utilizando até mesmo as forças armadas. Enquanto em Itatiaia o lixo, a sujeira, ratos, baratas, caramujos e toda sorte de fontes de infecções e doenças proliferam por toda parte. Até parece que a campanha é a favor da dengue, pois o que se vê é lama, mato e lixo. Não tenho outra coisa a perguntar senão: e aí, senhor prefeito, que clima é esse?

Anônimo disse...

Rui, como sempre, você descreve muito bem os acontecimentos da nossa cidade, hoje não tão bela como antigamente! As fotos mostram a nossa realidade.
Após a primeira enchente, nada foi feito para preparar a cidade para aguardar os efeitos da Natureza. Medidas urgentes precisam ser feitas, como por exemplo, a canalização dos rios e a limpeza nos bueiros, ou melhor ainda, uma nova canalização para escoamento das águas do Centro (Rua Prefeito Assumpção), que recebe as águas que vêm dos morros e se concentram ali.
Sobre o infeliz comportamento do Vereador, naquele momento ele deveria estar do lado do povo que perdeu suas casas, levando ao menos uma palavra de carinho aos desabrigados e ao comércio, que muito tem lutado para se erguer, não só pelos alagamentos, pois esperam do poder público (Legislativo e Executivo) medidas que venham alavancar suas vendas, aumentando o fluxo de consumidores para se manterem e não fecharem suas portas, como vem acontecendo.
Rui, você sabe que admiro seu trabalho, e no momento a cidade precisa de profissionais com o seu perfil, que mostra a verdade, doa a quem doer!

Anônimo disse...

Posso imaginar o quanto estas pessoas estão desanimadas. Não é fácil ter que estar sempre recomeçando e ainda pior, quando é devido ao descaso de nossos governantes.
Falo isto pois sou moradora de Itatiaia, e tenho que lamentar por ver que minha cidade está se tornando um depósito de lixo, e que temos que viver ecologicamente com tanto mato que nos rodeia. Tudo que depende da nossa Prefeitura é impossível. Limpeza de ruas, fossas, asfalto nas ruas que realmente precisam.
Espero que nosso prefeito antes de terminar seu mandato possa ao menos limpar o matagal que cobre a cidade.