O ex-vereador José Ricardo dos Santos, o Barbudo (PRB), que já se elegeu para quatro mandatos e foi presidente da Câmara de Itatiaia por três vezes, está com o rosto cheio de hematomas, e alegou como causa, também em registro na 99ª Delegacia de Polícia, ter sido agredido pelo policial civil Cleber Etiene Nunes, que confirmou a briga. Tudo teria acontecido durante o mutirão de limpeza da prefeitura no bairro Jardim Itatiaia, quando uma retroescavadeira operada pelo ex-vereador desmoronou uma parte do muro dos fundos de um terreno baldio que faz divisa com a casa do policial. Barbudo disse que Cleber “chegou gritando e já dando coronhadas”. O policial contou que conversou “uns dez minutos”, mas não aceitou o descaso do ex-vereador, que teria lhe dito que consertaria o buraco “quando desse”.
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Barbudo explicou que estava trabalhando para a prefeitura com sua retroescavadeira na limpeza de um terreno baldio na Avenida Dois, quase em frente à 99ª Delegacia, no Jardim Itatiaia, quando um galho preso na máquina atingiu o muro, abrindo um buraco – “o muro estava podre, e foi construído sem cimento, só tinha terra”. O ex-vereador explicou que então foi até a casa do policial e contou para a mulher dele o ocorrido, se comprometendo a fechar o buraco com umas tábuas até o conserto – “eu mesmo tenho cimento e areia em casa e era fácil fechar o buraco”, disse. Barbudo explicou que a mulher teria lhe dito que estava tudo bem, mas que iria avisar o marido. Pouco tempo depois de ter voltado para o trabalho, segundo ele, chegou o policial, “gritando e armado”. De acordo com Barbudo Cleber não quis conversar e desferiu duas coronhadas em sua cabeça, que o fez cair, e mesmo caído o policial teria continuado a bater, forçando a arma contra seu peito. Ainda segundo Barbudo, o policial se afastou, mas antes jogou a arma dentro de seu quintal, pelo buraco no muro. Levado para o hospital municipal, que fica perto, o ex-presidente da Câmara, de acordo com testemunhas, chegou "muito nervoso, abobalhado e sangrando muito”, sendo atendido pelos médicos. O fato ocorreu no sábado (17 de maio), por volta das três da tarde.
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A VERSÃO DO POLICIAL - Cleber Nunes contou que trabalha há 12 anos na polícia civil, como oficial de cartório, e que estava em sua Lan House, na subida da Prefeito Assumpção, no centro, quando sua mulher ligou para avisar que tinham derrubado parte do seu muro. Disse que quando chegou, o ex-vereador estava conversando com duas mulheres e não deu atenção a ele, e que depois de ver o buraco, perguntou para Barbudo como ele iria resolver o problema, e o ex-vereador teria sugerido que ele conseguisse umas tábuas para fechar o buraco e que “depois iria ver o que podia fazer”. Cleber disse que explicou que tinha dois cachorros em casa, e que por sorte estavam presos, e não poderia deixar a casa com um rombo no muro, já que trabalha em plantões longos, e teria falado para o ex-vereador que se ele provocou o problema deveria consertar. Com a insistência, Barbudo, segundo Cleber, teria dito que “eu não tenho medo de problemas, e estou aqui para arrumar problemas mesmo, e disse que não iria mais consertar coisa nenhuma”.
– Não sou louco e não saio por aí agredindo ninguém. Ele me destratou, achou que eu era um de seus eleitores que ganham uma cesta básica e devem favor a ele. Sei que meu ato não foi certo, mas todo mundo perde a paciência com abusos e falta de respeito. Se me tratam com educação trato da mesma maneira, mas se são agressivos dou troco na mesma moeda – disse o policial, que garantiu que foi “uma briga de homens”, mas que não estava armado, e que “tinham umas 50 pessoas por perto olhando”. O muro foi consertado “em meia hora” por um pedreiro, chamado pelo policial.
– Não sou louco e não saio por aí agredindo ninguém. Ele me destratou, achou que eu era um de seus eleitores que ganham uma cesta básica e devem favor a ele. Sei que meu ato não foi certo, mas todo mundo perde a paciência com abusos e falta de respeito. Se me tratam com educação trato da mesma maneira, mas se são agressivos dou troco na mesma moeda – disse o policial, que garantiu que foi “uma briga de homens”, mas que não estava armado, e que “tinham umas 50 pessoas por perto olhando”. O muro foi consertado “em meia hora” por um pedreiro, chamado pelo policial.
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REPERCUSSÃO NA CÂMARA - Na sessão de terça-feira (20 de maio), o presidente da Câmara Municipal de Itatiaia, Sebastião Mantovani, o Jabá (PSDB), lamentou o ocorrido e disse estar indignado com a violência contra o ex-parlamentar, lembrando os quatro mandatos e as três vezes que Barbudo foi presidente do Legislativo. Jabá disse que nenhuma atitude deveria levar uma pessoa a um ato tão brutal, e pediu punição para o agressor – “e se a Justiça dos homens falhar, tenho certeza que a Justiça Divina não falhará”, comentou.
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8 comentários:
Rui, meu amigo, onde estamos? Em que era estamos vivendo? Será que eu fui ao futuro e voltei para a era do dente por dente? Se eu voltei, tudo bem. É compreensível, pois o ser humano ainda está no seu início evolutivo. É meio que homem e meio que fera.
Mas... se eu não voltei e ainda estou no ano de 2008 para o qual eu tanto rezei para ser abençoado, eu, no mínimo, devo estar incrédula. As pessoas às quais pagamos para nos proteger e que deveriam estar nos protegendo, estão nos atacando feito feras. "Dou o troco na mesma moeda" é sinônimo de dente por dente e olho por olho. Isto é caso de polícia. OOOPSSS, eu disse polícia?
Acho que não tem santo nessa história. Como diz o proprietário do Corcel II que bateu em uma Ferrari, cada um fica com seu prejuízo. Considero que se o Barbudo está vivo, se saiu bem e está no lucro. Se o policial tivesse trato, fosse inteligente e gostasse de agir de boa fé, teria outra profissão. Deve ter rolado aquele clássico “Sabe com quem está falando?”.
No dia 22 de maio, quinta-feira, após milhares de solicitações para a limpeza do lixo da enchente, o Sr. Barbudo e dois funcionários da Prefeitura estiveram atrás da Padaria Jomar, no centro, executando o serviço.
No outro dia notei a falta d´água em minha residência. Comecei a perguntar para os vizinhos se havia água em suas casas, e todos responderam que sim.
Após verificar, encontrei o problema: a retroescavadeira tinha atingido o meu cano e a equipe da Prefeitura, com todo cuidado, dobrou o cano e o amarrou, para não detectarmos o problema.
Ah! Por sinal, não terminaram o que começaram, porque ainda tem lixo para ser retirado.
Tinha é que ter batido mais, até arrancar os dentes pra não sair rindo no santinho das próximas eleições!!!
Político bom é o que tem a cara cheia de hematomas!!!
Viva a liberdade de expressão (física)!!!
Diante de tais fatos fico imaginando... Será que o tal vereador era habilitado para operar retroescavadeira? Duvido muito! Barbudo disse estar trabalhando com a máquina para a Prefeitura, será que ele é servidor público, ou tenha participado de licitação talvez? Ou será mesmo que estava somente fazendo aquela meia-sola eleitoreira, como é de praxe de certos políticos desprovidos de outros talentos para oferecer em troca dos seus votos? Não conheço uma só pessoa que tenha apanhado de graça, mas num país como o nosso, todos os políticos deveriam ser submetidos a "porradaterapia" em nome da moral e da ética públicas ou o nosso digníssimo ex-vereador (e ex é alguma coisa?), com seu comportamento reprovável, imagina que pode enganar alguém (que não o conheça talvez) acerca de todas aquelas falcatruas, desvios de verbas públicas e fraudes contra licitações? Quanto ao tal policial, deveria ser condecorado com uma medalha em nome do povo de Itatiaia! Ser policial ou não, pouco importa, porque a legislação elaborada por outros políticos da mesma estirpe que o tal Barbudo, sempre visa proteger ao agressor que, neste caso, segundo a lei vigente, acabará no pagamento de pena alternativa que deverá ser convertida em pecuniária.
Não podemos aceitar isso como reação normal das pessoas, pois retornaríamos ao tempo de Roma.
Existem Leis para serem cumpridas, e em tempos de eleição nada melhor que lembrar que essas Leis são feitas por parlamentares - senadores, deputados federais e estaduais e vereadores -, cada qual na sua competência. A Lei existe para normatizar as condutas numa sociedade. Absurdo o ser humano agir desta forma - "dente por dente, olho por olho" - até porque os envolvidos são pessoas instruídas, com papel de polícia judiciária, responsável por confecção de inquéritos para encaminhamento ao Judiciário para a aplicação da Lei. Qualquer um que causar dano a outrem deverá ser responsabilizado, e se tratando de Poder Público, essa responsabilidade é objetiva, sem sequer perquirir a culpa pelo dano, pois como a matéria diz, a pessoa estava realizando serviço público, contratado pelo Poder Público. Era requerer a reparação do dano no Órgão Público ou até mesmo por vias judiciais. Violência não reconstrói o muro; constrói revolta nas instituições que deveriam resguardar a integridade física do ser humano, e não provocar lesões nos mesmos.
Sinto-me envergonhada por esse episódio.
Reflexão: qual o papel do ser humano na sociedade em que vive?
É faça o que digo, mas não faça o que falo?
Devemos sempre sermos exemplos em nossas carreiras, para que possamos exigir o reconhecimento da sociedade. Fica aqui a minha indignação.
Recebi esta notícia de um amigo, não podendo classificá-la senão como lamentável. Mas, pior é a manifestação de um cidadão, que aparentemente, acha que para ser policial precisa ter apenas bom trato. Necessita sim, de muito mais, pois se o referido agressor fosse um profissional de outra área qualquer, o fato não teria tanta repercursão. O nobre cidadão, que por um momento de infelicidade, declara que as qualidades: trato,inteligência e boa fé não são inerentes à profissão do agressor, deveria ter um grau educacional mínimo exigido para a carreira e tentar a sorte. Porém, acho que pela forma que se manifesta, talvez a sociedade não mereça tê-lo como guardião. Melhor ficar à margem, manifestando-se às escuras por meio de codinome. É comum para alguns "PEDROS DA VIDA" entenderem que Policial é sinônimo de omisso, corrupto ou mau feitor. Acreditamos que o "Sr. Pedro Luz" quando necessitar da atenção da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro será muito bem atendido, certo que poderá contar com o profissionalismo dos Policiais Civis lotados na 99ª Delegacia de Polícia/Itatiaia, pois com certeza terá sua demanda respondida. Se tiver dúvidas e quiser conhecer o nosso trabalho é só nos visitar. (Ricardo Lamin - Inspetor de Polícia).
Ricardo, fazendo uma rápida retrospectiva pelas poucas vezes em que precisei da Polícia Civil, devo admitir que você tem razão. Em todas as vezes eu fui muito bem atendido. Ficam as minhas desculpas a você e a todos os profissionais.
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