Fotos do foliões do Ecofolia 2009

Veja aqui as fotos do Ecofolia 2009, o Carnaval de Itatiaia.

6 de setembro de 2008

Fórum em Itatiaia tem participação de secretário estadual de segurança pública

O Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, esteve em Itatiaia para a abertura do I Fórum de Segurança Pública, e discursou para uma platéia atenta, dizendo que segurança pública não é apenas policiamento como muita gente pensa, mas, também, melhores condições de vida, saúde e educação para a população, e que os problemas de hoje no Rio começaram com a omissão e ausência do Estado durante muitos anos, principalmente nas comunidades carentes.
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O secretário José Mariano Beltrame, em Itatiaia
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O secretário chegou com mais de uma hora de atraso e com forte esquema de segurança, e sempre muito simpático e atencioso, foi recebido no plenário da Câmara pelo procurador-chefe da prefeitura, Carlos Antonio Teixeira Serra, pelo delegado Vicente Maximiliano, pelo ten-cel Marco Aurélio Hippertt de Oliveira, do 37º Batalhão da Polícia Militar, e Gilmar Titonelli da Silva, da Guarda Municipal de Itatiaia. O fórum foi aberto pelo presidente do Legislativo, Sebastião Mantovani, com a presença na mesa principal também do representante do Pronasci, André Cardoso, do secretário de governo Altamir Bossan e do representante da Aman, major Edmundo do Vale; e na platéia, de Ruy Saldanha, secretário de desenvolvimento urbano, infra-estrutura e segurança de Resende.
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Gilmar Titonelli, Marco Hippertt, Carlos Serra e Vicente Maximiliano
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Beltrame, ao ser chamado para falar, pediu para ficar em pé, “por respeito a todos vocês”, e com seu sotaque gaúcho, fez uma brilhante palestra. Competente orador, contou um pouco da história do Rio de Janeiro desde que era a capital do Império e de ter sido a última cidade do mundo a abolir a escravidão, e do processo econômico, político e social do município, que, segundo ele, explicam os problemas atuais de segurança pública.
O secretário lembrou que 30 por cento da população vivem nas favelas, sem esgoto, luz, acesso às linhas de ônibus e sem dignidade – “no (Complexo do) Alemão são mais de 130 mil habitantes, e lá só existem duas escolas”, ressaltou, mostrando que onde o governo não atuou e não desenvolveu ações sociais, os traficantes ocuparam o lugar, e têm atendido as comunidade e fazendo sua própria lei, “a do fuzil e a do cano da arma”. Beltrame explicou que a força dos traficantes começou no jogo do bicho, e a disputa pelas áreas teve início quando o jogo começou a dar dinheiro, surgindo depois o tráfico de drogas como ampliação dos negócios, hoje dominados por três facções criminosas. De acordo com o secretário, o Estado deixou de ser respeitado e soberano para controlar essas comunidades, que não têm no governo o apoio que precisam, e o tráfico acabou suprindo isso – “um adolescente ganha R$ 20,00 por dia para ficar na laje observando a polícia, e no fim do mês ele bota em casa mais do que o pai ganhou no emprego legalizado”, contou.
O secretário disse ainda que quando assumiu, “47 por cento da frota da polícia não andavam” e os batalhões estavam “com 50 a 60 por cento de deficiência de efetivo”. Segundo ele, os governos anteriores não se preocuparam com a infra-estrutura da cidade, e o que existe hoje é um somatório dos problemas de todos os setores sociais atingindo a segurança pública e a atividade da polícia, que, além de tudo, “está desestruturada, não tem polícia mesmo”. O secretário citou que 270 policiais já foram colocados na rua por não cumprirem adequadamente suas funções, e lembrou que um chefe de polícia que comandou a secretaria por seis anos está preso, acusado de corrupção, e que o batalhão da Tijuca em 1982 tinha uma previsão de 1.432 homens, e hoje, 26 anos depois, tem apenas 600 policiais, e que isso não é fácil de resolver, pois, segundo ele, “não se sai por aí catando gente para a polícia”, é preciso concurso e aprovação da Secretaria de Fazenda. Beltrame lembrou que na corrupção existe o “sujeito ativo e o passivo”, e aí é que todos têm responsabilidade no problema – “se um policial pede cinqüenta reais porque você tem um IPVA atrasado de mil e duzentos reais, e você acha que pagar os cinqüenta fica mais barato e paga ao policial, você está ajudando a piorar o problema no país”, disse ele.
Beltrame afirmou que o que contou foi apenas para mostrar a gravidade do problema, e que não será usado como uma desculpa, pois sabe que seu compromisso é fazer as mudanças, que já estão acontecendo.
– “Que polícia antes apurou tantas fraudes na prefeitura, na Alerj e outras instituições públicas, confiscou 25 mil máquinas de caça-níqueis e apreendeu 20 toneladas de drogas?” – questionou, citando que quando assumiu eram 2.700 homicídios, e hoje esse número baixou para 2.200, “que ainda é altíssimo, mas já é um grande avanço”, argumentou.

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