Uma pequena cooperativa de Itatiaia, hoje com sete costureiras e funcionando no Campo Alegre, está iniciando um projeto que poderá ampliar para 30 o número de cooperadas e também deverá lançar, já no ano que vem, uma linha exclusiva de roupas, com motivos da fauna e flora. O apoio para o projeto foi fechado com uma Ong com escritórios nos Estados Unidos e no Brasil, a Brazil Fundation, por meio de outra Ong de Itatiaia, a Alecrim Cultura e Saúde, ambas fundadas há sete anos.
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As costureiras trabalhando na cooperativa do Campo Alegre
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A psicóloga Gilda Molica, que foi eleita vice-prefeita este ano e é fundadora da Alecrim, conta que há cerca de dois anos vem se dedicando para dar melhores condições de trabalho para as costureiras da cooperativa, e também para buscar um caminho para que seus trabalhos sejam mais valorizados. Durante a campanha, Gilda disse várias vezes que achava um absurdo a prefeitura adquirir uniformes escolares em empresas fora do município, negando trabalho às costureiras locais.
– Estivemos com o prefeito Jair Alexandre oito vezes nesse tempo, mas ele sempre adiava e nunca nos deu uma resposta, e na última vez ele nos sugeriu que a gente apresentasse o projeto aos alunos da oitava série, e aí achei que era uma brincadeira e desisti – disse Gilda.
– Estivemos com o prefeito Jair Alexandre oito vezes nesse tempo, mas ele sempre adiava e nunca nos deu uma resposta, e na última vez ele nos sugeriu que a gente apresentasse o projeto aos alunos da oitava série, e aí achei que era uma brincadeira e desisti – disse Gilda.
O apoio às costureiras ganhou força com a adesão de Maria Tereza Mehr, uma colombiana que mora há alguns anos no Parque Nacional, e que tem amplos conhecimentos em administração e é atualmente a presidente da Alecrim – “eu e Maria Tereza formamos uma dobradinha muito boa, e se não fosse ela não teríamos conseguido essa verba, pois dá muito trabalho desenvolver um projeto assim”, disse Gilda Molica. A equipe de trabalho se completa com a coordenadora da cooperativa, a agente comunitária Zilma de Fátima Nogueira.
Fotos de arquivo
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A parceria com a Brazil Fondation teve início com a informação de que a Ong estava aceitando novos projetos, a apenas três dias do prazo final. A proposta das costureiras só foi enviada a tempo pelo Correio porque estava pronta, e dos 700 projetos recebidos pela Ong este ano, só 20 foram selecionados, entre eles o da Alecrim, única instituição aprovada no estado do Rio. Batizado de “Ecoturismo - vista-se desta identidade”, o projeto receberá R$ 25 mil da Brazil Fundation, que segundo Gilda é pouco, mas será muito importante para iniciar o desenvolvimento da cooperativa.
Zilma Nogueira explicou que o que se pretende é lançar vestuários “com um design contemporâneo para roupas de alta qualidade, com identidade local, baseada em motivos da fauna e da flora de Itatiaia, e que tenha boa aceitação no mercado”, incluindo acessórios como bonés e cintos. O projeto prevê a formação e especialização das costureiras para uma produção estimada em 300 peças por mês ao final do primeiro ano, com pelo menos dez pontos de venda.
Atualmente as sete costureiras da cooperativa recebem mensalmente cerca de R$ 500 e fazem de tudo, do desenho até a montagem, passando pelo molde e o corte do tecido, e terceirizam serviços como o de silk-screen.
Gilda explicou que “a Brazil Fundation é de tirar o chapéu, de tão organizada”, e que mandou representantes a Itatiaia para conhecer a cooperativa e também realizou um seminário no Rio, que durou três dias, para expor sua forma de trabalho e as exigências que faz na prestação de contas – Maria Tereza e Zilma participaram desse seminário, e tiveram viagens e hospedagens pagas pela Ong. A verba será enviada em três parcelas, sendo que a primeira já foi paga, e as próximas, em média a cada quatro meses, serão enviadas assim que forem vencendo as etapas previstas no acordo.
Gilda explicou que “a Brazil Fundation é de tirar o chapéu, de tão organizada”, e que mandou representantes a Itatiaia para conhecer a cooperativa e também realizou um seminário no Rio, que durou três dias, para expor sua forma de trabalho e as exigências que faz na prestação de contas – Maria Tereza e Zilma participaram desse seminário, e tiveram viagens e hospedagens pagas pela Ong. A verba será enviada em três parcelas, sendo que a primeira já foi paga, e as próximas, em média a cada quatro meses, serão enviadas assim que forem vencendo as etapas previstas no acordo.
Como parte do desenvolvimento da cooperativa, trinta costureiras, bordadeiras e tricoteiras participaram de uma oficina no último sábado, e receberam informações sobre motivação e auto-conhecimento, ministrados pela especialista em recursos humanos Jaqueline Marques Benedito. O encontro, realizado na sede da Alecrim no bairro Jardim Itatiaia, contou ainda com a participação de Jaílson Mangeli (Sesi) e Rosana Mangeli (Avape).
Foto de Tiago Fumaça.
Um comentário:
Gostaria de parabenizá-los pela grande criatividade de vocês. Estamos aguardando sempre informações, sucesso!!!
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