IV Festival de Coros de Itatiaia tem a participação de grupos de cinco estados

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Depois de dois dias de apresentações, terminou no domingo (22 de junho) o IV Festival Nacional de Coros, que reuniu em Itatiaia 28 grupos de cinco estados brasileiros e centenas de participantes, entre funcionários de instituições públicas e privadas, estudantes e amantes do canto coral. Foi um espetáculo maravilhoso. O único problema é que o público local não apareceu, a exemplo do que também ocorreu nos anos anteriores, e o que parece é que não houve divulgação adequada pela prefeitura, organizadora do evento.

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Acima, o Coral Atrás da Nota, da Prefeitura do Rio; e abaixo o Carioca Ensemble, um coral independente de profissionais da voz

Os participantes chegaram em ônibus de cidades distantes como Betim, em Minas Gerais, depois de uma viagem de mais de nove horas, de Arapongas, no Paraná, ou de Laranjeiras-Serra, no Espírito Santo, com a empolgação de mostrar um trabalho e representar seus municípios e suas empresas. Diversas prefeituras enviaram seus corais, como a da cidade do Rio de Janeiro e as dos municípios paulistas de Taubaté, Mairinque e Itaquaquecetuba, este último vindo pelo segundo ano consecutivo, e ainda a da cidade paranaense de Arapongas. Também vieram grupos independentes, de pessoas que pagam para mostrar seu belíssimo trabalho, como o Madrigal, da Ilha do Governador, e o Carioca Ensemble, além de colégios como o Pedro II, de Caxias, que trouxe um grupo de 90 alunos em dois ônibus, e corais de empresas como a Tevê Globo, a Guardian e as Indústrias Nucleares Brasileiras, e que transformaram o festival, também, num encontro de confraternização e troca de experiências. De Resende participou o Vozes das Agulhas Negras.

Os garotos do Colégio Batista de Betim, Minas Gerais (foto de Luciano Abreu - Pascom); e abaixo o Coral do Colégio Pedro II

Abaixo, o Coral Palas, do Rio (foto de Luciano Abreu - Pascom)

As apresentações aconteceram em quatro locais: no Centro de Visitantes do Parque Nacional do Itatiaia, na Casa do Papai Noel em Penedo, na igreja-matriz de São José e no teatro municipal. A igreja permitiu melhor acústica, muito diferente de Penedo ou no parque, onde os grupos se apresentaram ao ar livre. No teatro e do parque praticamente não apareceu ninguém de Itatiaia, fora os organizadores, e só na igreja, com as apresentações começando depois da missa, é que teve pessoas do município. Quem lotou as cadeiras mesmo foram os próprios integrantes dos corais. No parque não foram colocadas cadeiras, e todos ficaram em pé, sob uma lona em espaço de terra batida, o que gerou algumas reclamações. O que mais valeu na apresentação no parque, entretanto, segundo os corais, foi a entrada gratuita e a possibilidade deles conhecerem a reserva biológica, que acharam “belíssima e paradisíaca”.

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Dois momentos do Madrigal da Ilha do Governador: teatro e canto

Acima, o Coral Municipal de Itaquaquecetuba; Abaixo o de Mairinque, em São Paulo (foto de Luciano Abreu - Pascom)

Os corais misturaram teatro, dança e música, e foram muito aplaudidos, alguns ovacionados, e vários incentivaram o público a participar de suas apresentações. O Madrigal da Ilha do Governador, composto por um homem e nove senhoras, apresentou um espetáculo original, muito elogiado e aplaudido, até com troca de roupa em cena, e com modinhas e cirandas nordestinas. Os garotos mineiros de Betim, com idade entre 10 e 13 anos, cantaram, dançaram e se apresentaram com bonitas roupas, e foram ovacionados pelo público. Houve apresentações de música sacra, barroca e folclóricas, e reinterpretações de músicas populares brasileiras e internacionais, e várias histórias de amores, guerras, vitórias, paz e esperança foram contadas em canto. Houve ainda o protesto musicalizado contra a perda da identidade cultural brasileira, feita pelos jovens do coral Palas, do Rio, e demonstrações de candombe, música uruguaia do século XVIII com influência dos escravos africanos, apresentada pelo coral Atrás da Nota, da Prefeitura do Rio, e de uma apresentação com o ritmo e o idioma do Havaí, pelo coral Carioca Ensemble.

As apresentações no Centro de Visitantes do Parque Nacional do Itatiaia foram ao ar livre (fotos de Armínio Daigele - PMI)

O organizador do festival, maestro Jorge Botelho (foto), um servidor concursado da prefeitura, foi muito elogiado pelos corais, pela organização e atenção aos grupos. Dalila Santos, do Madrigal, disse que sabe que é muito difícil organizar um evento assim, e em Itatiaia, segundo ela, todos foram muito bem recebidos e encontraram equipamentos como microfones e amplificadores, o que nem sempre existe em outras cidades. Mário Robert Assef, da Prefeitura do Rio, deixou a sugestão para que nos próximos eventos sejam programados encontros com os maestros e com os integrantes dos corais, para troca de experiências, e ainda alguma forma dos grupos, que vêm de tão longe, conhecerem melhor a cidade. Glória Calvente, do Ensemble, acredita que a ausência do público foi porque a música coral ainda é muito desprestigiada no Brasil, diferente do que ocorre, segundo ela, em outros países, e elogiou a iniciativa da prefeitura por tentar implantar essa cultura em Itatiaia.

O Coral Vozes das Agulhas Negras, de Resende

Veja abaixo vídeos exclusivos com pequenos trechos de duas apresentações no IV Festival Nacional de Coros:

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