Fotos do foliões do Ecofolia 2009

Veja aqui as fotos do Ecofolia 2009, o Carnaval de Itatiaia.

16 de janeiro de 2008

Tromba d´água e Inundação causam medo e prejuízos em Itatiaia

A noite de ontem (15 de janeiro) e a madrugada de hoje foram de medo, muito trabalho e prejuízo em Itatiaia. Uma tromba d´água causou o transbordamento dos rios Cazunga e Santo Antonio, e a água invadiu rapidamente casas e lojas na Vila Flórida, Vila Martins, Vila Esperança e Centro, expulsando moradores, derrubando muros e destruindo móveis e mercadorias. Comerciantes passaram o dia de ontem retirando a lama e contabilizando o prejuízo. Não houve vítimas fatais, mas 72 pessoas perderam tudo e estão desalojadas. O tráfego na Dutra ficou interrompido por várias horas, pois a inundação alagou um trecho na rodovia.

Na Rua Prefeito Assumpção, no centro, a água chegou a mais de um metro de altura, e destruiu mercadorias, máquinas e veículos

Na Vila Martins, um dos mais atingidos, a forte correnteza assustou

A chuva chegou por volta das 20h30min de terça-feira, e alguns minutos depois começaram a cair granizos, o que preocupou muita gente, pois em agosto do ano passado as pedras de gelo que atingiram a cidade destruíram telhados e carros e desabrigaram muita gente. O granizo parou logo, mas o pior, porém, ainda estava por vir, e chegou mais de meia-hora depois da chuva ter passado. O rio Santo Antonio, que corta vários bairros e o centro da cidade até desaguar no Paraíba, começou a subir rapidamente, não dando vazão ao enorme volume de uma tromba d´água vinda da Fazenda Cazunga, na área onde era Inhangapi. O rio transbordou, passando por cima de pontes e invadindo casas e lojas próximas às suas margens. Em alguns trechos a força da correnteza assustava. Há pelo menos 30 anos, desde 1978, não se registrava uma enchente de tal proporção no município.
Moradores correram para salvar bichos, alguns pertences e transferir idosos, doentes e crianças para outras casas, de amigos ou parentes, longe da inundação, procurando evitar a correnteza e as áreas próximas ao leito do rio, onde se alguém caísse muito dificilmente se salvaria. Alguns moradores permaneceram nas casas para tentar salvar eletroeletrônicos, roupas e móveis, colocando tudo o mais alto possível, mas em vários imóveis não houve tempo para salvar nada, pois a água atingiu a altura do peito de um adulto, ou mais de um metro e meio. Ricardo Barbosa da Silva conta que permaneceu com seu irmão e o pai na casa inundada com a água na cintura, na rua Marechal Sócrates. Alguns moradores, depois de chegarem a um local seguro, foram chamados e voltaram para a área inundada para atender pedidos de socorro, ajudando a soltar animais presos e carregando crianças e idosos com dificuldade de locomoção. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil demoraram um pouco e por isso não chegaram a fazer nenhum resgate, embora estivessem até com barco. O prefeito Jair Alexandre Gonçalves (PSDB) e alguns secretários acompanharam de perto a inundação, e passaram por alguns bairros.
Na Vila Martins a força da correnteza arrastou uma moto e seu dono, e alguns homens se atiraram na água para resgatá-los. Vez ou outra uma cobra ou um rato passava nadando, tentando sobreviver. Na rua Prefeito Assumpção, no Centro, onde a água chegou a um metro de altura, um carro e uma moto quase ficaram cobertos pela água, e num estacionamento próximo, mais baixo, três veículos ficaram boiando. Na rua Nilo Peçanha um carro foi atirado por cima de outro numa garagem particular. Moradores do Centro se apressaram em levar seus veículos para áreas mais altas assim que foram avisados da inundação em outros bairros. Vários comerciantes foram para as lojas na esperança de conseguirem salvar as mercadorias.
Hoje a maioria das lojas do Centro não abriu, como também a agência do Banco Itaú. Proprietários e funcionários cuidaram da retirada da lama e dos produtos molhados e destruídos das prateleiras. No Supermercado Sávius, o mais atingido, tudo o que estava na parte de baixo das gôndolas foi perdido, assim como também parte dos estoques no depósito, num prejuízo calculado, por alto, em R$ 50 mil. No Supermercado Chave de Ouro o prejuízo medido pelo proprietário, Aparício Figueiredo Veiga, foi um pouco menor, em torno dos R$ 40 mil, além de uma Kombi, que estava no estacionamento, nos fundos, e que ficou quase submersa. A dona da Loja da Soninha acha que perdeu metade de seu estoque de armarinhos, lingeries, roupas indianas e artesanato. A proprietária da Real Foto, Helen Rose, estava desolada. A água e a lama atingiram máquinas fotocopiadoras e de revelação de filmes, que ela não sabe se irão funcionar novamente – “vou esperar uns três dias para ligar novamente, mas acho que perdi as máquinas, que custam até R$ 50 mil”, disse ela. Na mesma loja 25 caixas de papelaria e dez outras de material fotográfico, que tinham chegado ao final do expediente anterior, ficaram destruídas sem nem ao mesmo terem sido abertas.A prefeitura colocou homens e máquinas para lavar as ruas e retirar o barro e entulhos deixados pela inundação. A obra de recapeamento asfáltico que seria iniciada hoje de manhã na Prefeito Assumpção foi transferida. O coordenador da Defesa Civil do município, Emídio Pereira Firme, contou que pediu ajuda à Defesa Civil do Estado, e que até o final da tarde de ontem já tinha conseguido a doação de 60 colchonetes e 36 cobertores para ajudar os desalojados, que também receberam cestas básicas da prefeitura. Vacinas contra a leptospirose e o tétano estão à disposição dos moradores nos postos de saúde próximos à Vila Martins e Vila Flórida. Para ajudar os desalojados as doações de roupas, alimentos e móveis podem ser entregues na sede da Guarda Municipal e na Secretaria Municipal de Assistência Social.

Um comentário:

Antonio Sebastião de Lima disse...

Este é o mal crônico da administração pública brasileira: a falta de previsão, a incompetência, a cegueira. As enchentes causam prejuízo porque tanto as pessoas como o poder público são imprevidentes. Nas margens de rios e em terrenos proximos não se deve construir habitações. Em cidades ribeirinhas, as prefeituras deviam construir canais e muros de contenção, para evitar inundações. O passeio do prefeito e seus secretários seria frutífero se alguma medida concreta fosse tomada para que a desgraça não se repetisse. Caso contrário, será mero passeio demagógico pelo centro e bairros inundados.