Fotos do foliões do Ecofolia 2009

Veja aqui as fotos do Ecofolia 2009, o Carnaval de Itatiaia.

16 de abril de 2008

Xuxa é entrevistada em Itatiaia pelo Fantástico

Ontem à tarde (16 de abril), uma das mais conhecidas e exóticas moradoras de Itatiaia, a Xuxa, conseguiu chamar atenção um pouco mais do que o normal. Ela foi entrevistada para o quadro “Me Leva Brasil”, do Fantástico, pelo repórter Maurício Kubrusly, que descobre recantos e personagens do Brasil desconhecidos do grande público.
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Os jornalistas Matilde Basílio, da prefeitura, e Maurício Kubrusly, da Globo, e Xuxa ( foto do arquivo pessoal da Xuxa)
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A presença da equipe da Globo atraiu as pessoas, que pediram autógrafos e fotos para o conhecido jornalista da emissora. As imagens de Xuxa foram gravadas na rua Prefeito Assumpção, no centro da cidade, na escola municipal Campo Alegre (onde ela é muito amiga dos estudantes, principalmente das crianças) e na casa onde mora, na Vila Pinheiro. De acordo com a jornalista Matilde Basílio, da assessoria de comunicação da prefeitura, que acompanhou as entrevistas, a produção do programa e o repórter ficaram impressionados com a vida e a história de Xuxa, e disseram que ela deverá ser uma das mais interessantes personagens já mostradas pelo programa dominical. Ainda não foi divulgado o dia em que a reportagem será exibida em rede nacional de televisão..

Xuxa, com uma das muitas roupas que cria e usa todo dia
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CONHEÇA A HISTÓRIA DE XUXA.

Ao se falar de Xuxa em Itatiaia, é mais provável que as pessoas se lembrem mais de Leonir Nadorne (embora poucos saibam que ela tem esse nome) do que da famosa apresentadora da tevê. Xuxa, a Leonir, é figura querida e muito popular em Itatiaia. É inconfundível. Ninguém é igual a ela. O apelido atual veio de um outro, mais antigo, do tempo de criança: Suza. De Suza ficou Xuxa, e ela aceitou. Aceitou tanto que para ela todos são paquitos ou paquitas. Está sempre rindo, brincando com as pessoas, até quando a provocam, quando a chamam de maluca. Ela pouco se aborrece, prefere sair cantando, baixinho.É fácil saber quem é ela. Não precisa nem perguntar. Basta procurar e quando a vir não terá dúvidas. Sua característica mais notada (e é impossível não notar), é sua forma de vestir. Usa maquiagem pesada desde manhã, roupas hiper coloridas, chapéus, pulseiras aos montes, botas, colares e tudo o que sua imaginação inventar. Com um detalhe: tudo é feito por ela. Dos vestidos brancos que compra, e muita, muita tinta, de todas as cores, nascem as roupas coloridíssimas, que ela combina com os vários acessórios, e com os quais passeia todos os dias por Itatiaia ou Resende.
Leonir nasceu em Guapirama, no Paraná, há 52 anos. Mora há 29 anos em Itatiaia e há dez ficou viúva. Sempre gostou das cores, das roupas extravagantes, mas conta que depois da morte do marido encontrou nas pinceladas sua forma de ser feliz, de deixar a depressão e a aceitar a solidão. Mora sozinha, numa casa com muitas plantas e alguns cachorros, na Vila Pinheiro. Ela própria cuida das plantas, e os bichos ela pegou na rua, antes animais famintos e machucados. Tudo, mas tudo mesmo em sua casa é pintado, e por ela. Menos os bichos e as plantas. Muros, portões, mesas, cadeiras, cama, fogão, geladeira, televisão... além de muitos quadros. Tudo cheira a tinta, que só ela não sente.
Xuxa gosta de dar cor a tudo, e com o colorido ela acredita que devolve ou melhora a vida. Odeia queimadas: “credo, parece a morte, é muito feio”. Gosta tanto da vida que transformou algumas coisas que encontrou no lixo, ou jogadas fora, em objetos de sua casa. Tem uma bicicleta infantil sem pneus e corrente, um ferro antigo, pneus transformados em cadeiras, regadores furados, e muitas outras coisas... tudo muito pintado por ela, com sua arte e gosto. Estão todos lá, numa das pequenas saletas de sua casa. Os vestidos são muitos, além de botas e chapéus, todos pintados com todas as cores e formas. As paredes estão lotadas de quadros, ocupando cada centímetro. Representam, para ela, a vida, anjos, a morte, tudo que ela gosta ou odeia. Tem a sala das bonecas, talvez da lembrança da infância difícil ou do desejo dos filhos que não teve.
O quarto de Xuxa tem apenas duas paredes, uma delas em continuidade ao muro. Como tudo em sua casa, são muitos objetos, ocupando bastante os espaços. Ela dorme em uma cama de solteiro, pintada da madeira ao lençol. Da rua é possível vê-la dormindo, ou vendo tevê. Não dorme no escuro e uma lâmpada fluorescente fica sempre ligada - “é bonita, brilhante”. Sua tevê, porém, é em preto e branco, porque não gosta da colorida – “tem poucas cores, e quando aparece sangue é quase de verdade, não gosto”.
Pinta com pincel, com os dedos, com folhas e pequenos ramos de plantas ou com as mãos. Ganha pensão do marido, e fatura uns trocados extras vendendo quadros ou móveis pintados para turistas curiosos, que vão conhecê-la, fotografá-la e levar um souvenir. Ela adora isso. O custo? Algum dinheiro, e, principalmente, tintas, tintas e mais tintas, para mais pinturas.
Um dia brigou com o pai, saiu de casa com 12 anos e só voltou décadas depois, com o marido. O pai tinha morrido, de desgosto e de preocupação com ela, disse-lhe a mãe. Foi parar em Rondônia e São Paulo. Passou por muitos lugares, viveu com muitas famílias, morou debaixo de ponte e na rua. Mas garante que manteve a dignidade e a honra – “nunca caí na vida”. Moça bonita, escapava das aproximações, algumas até ousadas, bancando a maluca. Ficavam com pena dela, e a deixavam. Por isso, até hoje, não liga se a chamam de maluca. Bancar a maluca, como conta, lhe tirou de muitos apertos.

Um quadro pintado por Xuxa, medindo 30 X 30, e que foi dado a
mim em agradecimento pelas fotos e reportagem acima

2 comentários:

Anônimo disse...

Ela é muito maneira; personalidade fortíssima. Gostaria de fotografá-la, como faço? Tá mandando, hein, patrão…

Anônimo disse...

Em uma convenção há alguns anos, o palestrante falava da miséria dos proventos e pensões pagos pela previdência social do Estado. Uma senhora pediu a palavra e disse o quanto era grata a Deus por aquela pensão que recebia mensalmente. Há pessoas assim, cujos valores diferem dos preferidos pela maioria; pessoas felizes com o pouco que têm e com o muito que são.